Após o encontro que eu tive com James T., que, por questões de privacidade, não fui permitido a revelar a sua verdadeira identidade, resolvi ir em busca de relatos, histórias, ou qualquer coisa do tipo, que me fornecessem informações necessárias e que desafiassem a lógica humana.

Mas antes de eu apresentar meu artigo contendo as informações que reuni, devo acrescentar que passei anos coletando informações, e, muitas vezes, me deparava com histórias falsas, charlatões, e falsas promessas. Também devo acrescentar que, por outro lado, houve pessoas que me ajudaram, seja me explicando o que aconteceu ou até mesmo me ajudando nas pesquisas. Agradeço do fundo do meu coração à essas pessoas. Esses relatórios são também à vocês.

Meu intuito são que, com as histórias que reuni aqui, você, caro leitor, saiba que o mundo é muito mais misterioso do que aparenta. E, se algum dia você souber de algo ou estiver passando por algo parecido, não está sozinho. Entre em contato comigo. Eu tenho contatos que podem te ajudar.

Sem mais delongas, devo apresentar-me. Sou Forrest H. D. Lorett. Eu era professor de história de escola numa pequena vila do sudoeste da Inglaterra, em Buckland Newton. Mais ou menos 24 anos anos atrás, eu fiz uma excursão com meus alunos para conhecer um museu que estava abrindo em Southampton. Durante a excursão, conheci James. Ele trabalhava como zelador do museu. Era um senhor, em torno de 60 anos de idade. Na época, eu estava com quase a metade da idade dele. Nós conversamos sobre o museu, itens e peças raras, até que toquei no assunto de que sempre quis viajar para um país distante, conhecer novas culturas. 

James riu. Talvez não fosse um riso de alegria, mas não pude perceber aquela tarde. Ele me disse para eu tomar cuidado caso um dia fosse viajar pro Japão, especialmente se eu fosse dormir sozinho. Não me contive e perguntei o por quê. Ele disse que era uma longa história. Sempre fui muito curioso, e perguntei para ele se ele não se importaria em tomar um chá comigo no final de semana para me explicar melhor. Apesar da hesitação, ele acabou concordando. 

Quando nos encontramos num dos bares de Southampton, ele pediu se eu realmente queria saber sua história. Ele não parecia a vontade. Claro, como ele ficaria, sabendo que ele iria me contar a experiência dele. Mas eu era teimoso e insisti para que ele contasse. Pensando bem, minha teimosia foi a razão de eu poder escrever isso agora. Por fim, ele resolveu contar. 

Sua história, apesar de curta, foi a minha porta de entrada. Pois os fatores que viriam após mudariam minha vida para sempre.

James me contou que, quando ele possuía em torno de 33 anos, ele sempre fazia questão de participar de todos os encontros que sua família realizava. O sobrenome dele era forte, e ele possuía muitos parentes que nem ele mesmo sabia. Centenas de pessoas apareciam nesse evento. E, certa vez, o encontro acabou sendo no Japão, pois haviam vários familiares que eram de lá. Normalmente James não iria, mas ele soube que  só teria que arcar com a despesa das passagens, pois o resto ele teria por lá. Animado pela ideia e feliz por participar do evento num país tão distante do seu, ele resolveu ir. 

A reunião aconteceria em Oharaidecho, próximo de Quioto. Após horas de viagens, ele finalmente pisou em território nipônico e seus parentes os levaram para suas acomodações. E foi aqui que ele James deu um grande suspiro, como se tivesse que pegar folego para forçar suas lembranças a adentrar coisas que ele jamais pensou que iria novamente tocar. Após um breve silêncio, ele continuou:

"Então, meu jovem, fui levado para um desses prédios, você sabe, apartamentos japoneses. Eles são pequenos e parecem colados uns nos outros. Não sou de me incomodar, mas eu não conhecia ninguém, e sabia que o povo é tímido e muito bem educado. Não queria ser um estorvo. Pois bem, fui conduzido por um grupo de jovens para o lugar onde eu dormiria. Eles pareciam se divertir comigo, pois eles trocavam palavras em japonês e riam para mim. Tive suspeitas que debochavam de mim, mas mais tarde tive certeza. Ele me disseram para eu ficar no primeiro quarto a direita de um prédio que estava bem conservado, mas que não parecia ter ninguém morando. Pensei que fosse novo. Perguntei os motivos de me levarem para aquele lugar, e um deles me disse que os quartos no hotel estavam cheios e não tinham espaço em casa. Então falar com o proprietário do prédio e pediram para alugar apenas um quarto durante uma noite para ajeitarem outro espaço para mim.

Fique grato. Quem não ficaria? Achei que os meninos tivessem boas intenções. Me despedi deles, subi as escadas e entrei no apartamento. Já estava de noite e eu só queria dormir, pois eu estava cansado demais da viagem. Eu entrei no apartamento usando a lanterna do meu celular. O apartamento que entrei tinha bastante mobília. Parecia que alguém já vivia naquele lugar. Pensei se teria problema em eu ficar por lá mesmo, mas quando olhei pela janela, os meninos havia ido embora já.

Ajeitei minhas coisas e como não havia energia, fiz apenas minha higiene básica, e ainda assim fiquei me sentindo mal por não poder tomar um banho. Mas era por apenas uma noite, então me ajeitei sob a cama e me preparei para dormir. Aí eu ouvi um barulho do lado de fora do apartamento. Lembro que pensei se eu estava sozinho mesmo, e fui ver quem era.

Havia uma senhora, bem idosa. Ela estava na frente da porta que ficava bem na frente do meu, quando eu abri a porta para ver. Fiquei esperando se ela fazia algo, mas ela só ficou lá, parada. Pensei que ela fosse como uma vizinha minha que eu tinha que possuía problemas cerebrais. Então, pensei que o melhor a se fazer fosse não me intrometer, e fechei a porta e voltei para o quarto. Hoje fico pensando no que teria acontecido se eu tivesse falado com ela. 

Mas, meu jovem, o importante é que, quando voltei a deitar e estava quase adormecendo, ouvi o que parecia algo raspando no armário embutido que tinha na parede. Lembro que levantei e fui conferir, mas não tinha nada lá. Realmente nada. Apenas uma corda. Então eu fechei, me deitei, e adormeci.

Tive sonhos estranhos aquela noite. Sonhos que lembro até hoje, infelizmente. Uma figura disforme saia do armário, me agarrava pelas pernas, e, com a corda que eu havia encontrado no quarto, me enforcava. Eu acordava suado, tenso. Mas, eu estava exausto, e adormecia logo em seguida. Aconteceu tudo isso umas cinco vezes. Na última vez que acordei, percebi que a luz já entrava. Achei que seria melhor ir para casa, ou, pelo menos ficar acordado, pois não aguentava mais aqueles pesadelos. 

Peguei minhas coisas e me preparei para ir embora. Foi apensas saindo do quarto que percebi algo diferente. 

A porta do armário estava aberta. E a corda estava pro lado de fora.

Eu gelei, meu jovem. Um frio percorreu minha espinha de um jeito que nunca havia percorrido. Mas o pior ainda estava por vir. Enquanto eu encarava aquilo, pensando se eu estava sonhando ou não, eu ouvi o mesmo barulho da noite anterior vindo novamente do armário. Mas dessa vez era mais forte, e eu posso jurar aqui, mesmo que você não acredite, que era unhas. Não me pergunte o motivo, meu jovem, eu sou católico fervoroso, mas na hora que ouvi aquilo eu simplesmente agarrei minhas coisas e sai correndo para a porta. 

E aí eu tive mais uma surpresa. Quando a abri, a senhora idosa ainda estava lá. Parada. De frente para porta. Eu só lembro de correr. A saída não ficava distante, mas parecia que eu ia morrer. Senti medo. Muito medo. E mesmo quando eu saí de lá, eu não olhei para trás. Corri até dobrar a esquina e dar de frente com dois dos jovens que haviam me levado até lá.

Eles me pediram desculpas. Haviam feito algo terrível. Tinham apostado uns com os outros se faziam alguém dormir naquele prédio. Semanas antes havia acontecido uma tragédia. Parece que um dos moradores enlouqueceu, matou a facadas a senhora que morava na frente do apartamento dele e depois se matou enforcado no armário. 

Eu não tive reação. Pedi para eles se tinham certeza que ninguém mais morava lá ou se preparam alguma peça comigo. Eu cheguei a ameaçá-los para a polícia. Mas eles insistiram: 'Só largamos você lá senhor. O prédio está interditado por algumas semanas. Nesse tempo ninguém está morando lá. Ninguém nem teria a coragem.' 

Eu fiquei para o evento e vim logo para casa. Desde então nunca mais compareci ao eventos de família onde eu não pudesse voltar para casa no mesmo dia. E também, definitivamente, nunca mais pisarem em solo japonês."

Ao término da história de James, eu ainda estava cético. Claro, falei palavras calorosas, mas devo dizer que não acreditei. Afinal, não o conhecia o suficiente para isso e a história, apesar de interessante, não podia ser real. Agradeci pelo chá e pela história e fui para casa. James, se estiver lendo isso, me desculpe pela falta de honestidade com você naquele momento. Eu só saberia depois o quanto estava enganado.

Quando eu cheguei em casa, eu pesquisei sobre o tal incidente. E, para minha surpresa, encontrei. A história batia com o que ele havia me dito. Mas o que me chamou mais a atenção foi que a única imagem que havia onde eu encontre a notícia mostrava a senhora que fora assassinada abrindo a porta do seu apartamento. Fico pensando se foi aquela imagem que o James viu em sua experiência. 

Não pude deixar de ficar interessado. Eu precisava saber se aqueles tipos de coisas podiam ser mesmos reais. Comecei a procurar mais eventos, e demorei dois anos até encontrar uma boa pista de algo. 

Mas a experiência seria totalmente diferente.


Revisado por: Rogers
Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é apenas coincidência. Todos os direitos reservados. Plágio é crime.

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