Nome Completo: Reyna Salvatore

Idade: 16
Data de Nascimento: 13/10/1995
Nasceu em: Veneza - Itália
Atualmente está: São Paulo - Brasil
Condição Física: Magra, 40kg, altura: 1, 75
Características: Inocente, Esquizofrênica, Observadora, Superdotada (embora não demostre sua inteligência) e Frágil
Se encontra: Confusa, mas conseguindo sobreviver
*Antiga Ocupação: Antes de enlouquecer, era estudante.


Acordei com um barulho irritante de algo sólido batendo no capô do carro. Abri os olhos devagar, pondo a cabeça em ordem. Havia acontecido tanta coisa, mas tanta coisa em apenas um dia...



Agora, a escuridão daquele bosque se devia ao fato de que a noite caíra. Estava ainda mais escuro do que durante o dia. Aquele bosque me dava arrepios. Eu precisava logo sair dali.



Olhei para a frente, querendo saber o que tanto batia naquele capô. Há, que legal, tá chovendo. Realmente, isso era só o que me faltava.



Recostei-me no banco, querendo afastar da minha cabeça aquelas criaturas e pensar em outras coisas.



Quando eu tinha nove anos, meus pais começaram a achar que eu estava com um comportamento um tanto estranho. Eu não sei por quê. Me levaram até um especialista da área de loucura, e ele me avaliou. Esse especialista disse aos meus pais que eu era esquizofrênica, e que precisava ir imediatamente para um hospício moderno, do qual eu ficaria segura. Meus pais acreditaram. Me internaram no hospício Santa Angela, um hospício de segurança máxima e tecnologia ultramoderna. A minha solitária ficava num corredor cheio de solitárias, com sirenes e câmeras de segurança. Me trancaram em uma das solitárias. Ela era toda branca, as paredes e o chão eram macios como travesseiros e a parede frontal era um espelho.



Eu não deveria estar lá.



Eu não sou esquizofrênica. Sei disso. Pessoas esquizofrênicas se sentem observadas e seguidas. Eu não me sinto assim. Elas tem alucinações e delírios. Eu nunca tive nada disso. Deve ter ocorrido algum erro, eu não sou louca!



Ou... será que sou? Será que essas criaturas são alucinações minhas? Será que eu ainda estou na solitária do hospício Santa Angela? Será que eu realmente sou louca?



Não, eu não sou. Um louco nunca duvidaria de sua sanidade. Isso tudo é real. Eu realmente escapei do hospício e estou vivendo em mundo que provavelmente já está perdido, já que aquelas criaturas parecem se multiplicar.



Suspirei e apoiei a cabeça em uma das mãos. É tudo tão confuso que eu não consigo mais entender o que está acontecendo.



Me assustei com uma batida na janela. Minha mão involuntariamente se encaminhou para um dos revólveres que eu tinha. Olhei para a janela, esperando ver umas das criaturas, mas o que vi foi um garoto, mais ou menos da minha idade, encharcado, gritando por ajuda.



- pode entrar! - gritei para ele.



Ele abriu a porta do passageiro e entrou. Respirou fundo e disse, ofegando:



- obrigado.



- não há de quê. - respondi. - você... está ferido. - observei.



O garoto tinha diversos arranhões e cortes, e um grande sangramento na cabeça. Ele era loiro, com olhos escuros e pele clara.



- não é nada. - ele respondeu. Ele se virou para mim. Seu rosto estava contorcido de dor. - quem é você?



- Reyna. - respondi. - e você?



- Pedro. - ele respondeu. - sobrenome?



- Salvatore. - respondi. - e o seu?



- Alves. - Pedro disse. - há. Salvatore. Apropriado.



Fiquei confusa.



- por quê? - perguntei.



- Salvatore. Em italiano, "Salvador". Você me salvou. - ele sorriu.



- do que, exatamente? - perguntei.



Mas Pedro não prestava mais atenção no que eu falava. Ele gritou em agonia.



- o que foi?! - eu disse, largando o cobertor e me esticando até o banco dele.



- minha perna - ele gemeu. 



Olhei para a perna de Pedro. Enfiado sobre a calça jeans, jazia um cabo de uma faca.



- o que aconteceu? - perguntei.



Ele sacudiu a cabeça, também olhando a perna.



- um cara. Um cara qualquer. - ele respondeu. Olhou para mim e disse. - coloca uma blusa, você deve estar com frio.



Eu ri.



- infelizmente, eu não tenho uma. - respondi.



- pega a minha então. - disse Pedro. Ele se movimentou, mas gemeu de dor. - você poderia...



- eu não preciso de uma camisa. - menti. Estava congelando. - Se eu te ajudar, vai te machucar.



- mais do já estou, impossível. - ele respondeu.



Suspirei. Fui até seu banco e me sentei em seu colo. Ele gemeu.



- eu disse... - comecei, mas ele interrompeu.



- não foi nada.



Sentei-me mais confortavelmente em seu colo e desabotoei sua camisa. Estava molhada, mas serviria. Ele a tirou e me deu. Eu a vesti.



- agora - eu disse. -, vamos tirar isso de você.



Me posicionei e puxei com força a faca. Ele gemeu de dor novamente. Voltei para meu banco.



- melhor? - perguntei.



- muito. - ele sorriu. Mas logo seu sorriso desapareceu. Seu olhar se fixou em algo além de mim. - pisa fundo.



- por quê? - perguntei.



- o cara que enfiou essa faca em mim. Está vindo em nossa direção.

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