Origem do Mal

Boa Tarde caros leitores, sou o Novo Colaborador do LPSA, me chamo Ewerton Melloh, sou de Belém/PA, gosto muito de Contos de terror, já tenho 2 livros não publicados sobre creepypastas, e sempre que puder, irei publicar algumas de minhas creepys para vocês, bom sem mais delongas, vamos a uma creepy, espero que gostem e deixem um comentário.

09 de dezembro de 1997

Eu nasci, não sei o que sou, pois estou amarrado, a primeira coisa que vi foi um feixe de luz agredindo minha visão, e, atrás deste feixe estava meu criador. Eu sou maior em altura do que ele, já que ele foca a luz para cima para poder me olhar.

12 de dezembro de 1997

Meu criador me alimenta a sangue e leite, eu acho delicioso, ele diz que o leite é para fortalecer os ossos que crescem em mim e o sangue é porque é de minha natureza. Amo meu criador, ele me deu vida, me alimenta, me ensina a falar e cuida de mim, tudo é tão perfeito, só me incomoda ele não poder me desamarrar.

14 de dezembro de 1997

Eu vivo numa sala onde não há muita coisa, acho que estou embaixo da terra, me sinto tão fraco, do outro lado da sala tem uma escada por onde meu criador desce quando chega e sobe quando vai, e essa escada parece fazer parte de um túnel. Quando meu criador está aqui, esse túnel é uma ótima fonte de luz, ajuda mais que a lâmpada que ele usa.

24 de dezembro de 1997

Meu criador me alimentou cedo hoje, disse que teria que ir embora mais cedo porque é uma data especial, o nascimento do Deus da família dele. O que é um Deus? Eu não sei, mas sei que não gosto quando meu criador vai embora, a única luz que há aqui é a da lâmpada que ele usa para andar, embora eu possa ver no escuro, gosto de ver a luz da lâmpada, me faz sentir a sua presença.

25 de dezembro de 1997

Hoje meu criador não veio, e já estou forte, as amarras de couro que me prendem estão ficando folgadas, ou eu estou diminuindo, consegui sair das amarras, e me estiquei novamente, agora posso andar pela primeira vez, meu criador ficará tão feliz em me ver desamarrado.

26 de dezembro de 1997

Hoje meu criador brigou comigo, quando ele chegou e me viu andando pela sala gritou e mandou eu voltar para onde eu estava preso, fiquei com medo dele e obedeci, ele me amarrou, não gosto de ficar amarrado mas farei isso por ele.

31 de dezembro de 1997

Hoje meu criador sairá mais cedo de novo, desde que ele brigou comigo fico perguntando o que eu sou, ele disse que quando voltar trará algo para mostrar o que sou.

02 de janeiro de 1998

Meu criador trouxe uma coisa que ele chama de espelho, ele diz que reflete a imagem, e não gostei do que vi, minha pele é pálida e sem vida, meus braços são tão alongados que quase chegam a tocar o chão, e o mais estranho, não tenho rosto, comparado a meu criador sou uma abominação, sou pálido e fiquei triste, meu criador disse que posso ficar solto pela sala, mas nunca devo sair dela.

05 de janeiro de 1998

Hoje perguntei a meu criador porque a sala é tão escura, ele disse que é porque há uma interferência na sala que atrapalha toda a energia elétrica dentro do local, a lâmpada que ele usa, na verdade são vagalumes que brilham para encandecer.

07 de janeiro de 1998

Hoje meu criador me trouxe um presente, uma roupa que ele chama de terno, é bonito, e é grande, igual ao meu tamanho, estou tão feliz.

14 de janeiro de 1998

Hoje começaram a nascer algumas coisas nas minhas costas, espécies de tentáculos, mas posso fazer eles voltarem para a pele novamente, tenho controle sobre eles.

16 de janeiro de 1998

Meu criador disse para nunca ir lá fora, mas sinto vontade de conhecer algo além dessa sala, me sinto preso, quando meu criador vai embora não há nada para fazer. Talvez eu deva dar uma olhada lá fora quando ele sair novamente, afinal, é só subir as escadas.

17 de janeiro de 1998

Eu usei a escada que meu criador usa para ir e vir, estava escuro lá fora, mas dei alguns passos para fora, e foi magnifico sentir a grama tocar meus pés, é como se eu me sentisse forte de novo. Mas não pude ficar muito tempo, pois algumas criaturas de quatro patas e cheias de pelo começaram a ladrar e correr em minha direção, então voltei para a sala.

Ainda essa noite um menino seguiu as criaturas e achou minha sala, ele parece muito com meu criador, só que pequeno, ele não consegue me ver por causa do escuro, mas ele parece saber que estou aqui.

18 de janeiro de 1998

Meu criador me perguntou se saí da sala, disse que não, ele estava chateado, disse que viu o filho dele perto da escada, então brigou com ele. Então... aquele menino é filho dele? Isso significa que ele é meu irmão? Estou tão feliz por ter um irmão.

Essa noite ele voltou de novo e falei com ele, ele ficou assustado por me ouvir mas não me ver. Logo após, ele se foi. Não vou dizer ao meu criador que ele veio aqui, pois ele pode brigar com o menino.

19 de janeiro de 1998

Meu criador brigou comigo de novo, disse que seu filho chegou gritando dizendo que ouviu vozes na sala, e que o menino tinha visto uma coisa descendo as escadas a duas noites atrás, ele está achando que existe um monstro aqui, eu não sou um monstro, também não achei justo, eu não ia contar e esperava o mesmo do meu irmão, estou com raiva.

21 de janeiro de 1998

Meu criador não apareceu ontem, acho que está chateado comigo, subi as escadas de novo e uma das criaturas de quatro patas começou a rosnar para mim, eu usei um dos tentáculos para o espantar, mas acho que o acertei com muita força, já que ele não se meche mais.

22 de janeiro de 1998

Meu criador chegou cedo e bravo de novo comigo, disse que matei o cachorro do filho dele, e que acha que foi um erro ter me criado, ele falou que não era mais para mim ir lá fora, mas aqui dentro é um tédio.

23 de janeiro de 1998

Perguntei ao meu criador o que eu sou? Porque ele me criou? Ele não disse nada.

02 de fevereiro de 1998

Nunca mais fui lá fora, meu criador não está mais bravo comigo, tudo está ficando bom, mas achei uma gaveta escondida na sala, só que está trancada.

03 de fevereiro de 1998

Descobri o que tinha na gaveta, Meu criador mentiu para mim, não sou sua criação, sou um feto alienígena, algo de outro planeta que ele simplesmente achou e fingiu ter me criado. Eu era filho de alguém, alguém deve estar sentindo minha falta por aí, e esse homem resolveu me tirar de meus pais e me trancar numa sala embaixo da terra. Os meus verdadeiros criadores perderam seu filho, então eu tirei o filho do meu falso criador e o trancarei, como foi feito comigo. É uma boa sensação, tirar a cria de alguém, acho que vou comê-lo, ou talvez apenas o deixar trancado e fazê-lo de bichinho. Se for comer, irei querer mais, se for o fazer de bichinho, ele vai precisar de companhia.

De qualquer forma, preciso de mais crianças.

Escrito por: Ewerton Melloh

De: Ler Pode Ser Assustador