Em uma de suas andanças pela noite, Vagner encontrou uma cabana abandonada. Como já há tempos ele não deitava em uma cama ou mesmo sob um teto, ele resolveu, sem pensar muito entrar naquela moradia.


A princípio Vagner não havia sentido ou visto presença alguma. A cabana era simples, pequena, e aparentava ser confortável. Havia uma mesa de jantar, uma lareira, alguns itens domésticos e uma cama, todos em um mesmo cômodo que era a cabana inteira. Havia velas e candelabros pelo lugar, e conforme Vagner andava e vistoriava o ambiente, ele as ia ligando com um isqueiro.

Vagner olhou em volta e por mais que fosse estranho que a cabana estivesse em bom estado, ele resolveu que descansaria lá naquela noite. Ele ajeitou a porta para fazer barulho quando e se alguém entrasse. Fez alguns símbolos de proteção no piso da casa, na frente da porta e na frente da sua casa.

E então ele se voltou para as janelas da CABANA.

Foi nesse instante que Vagner percebeu onde ele estava. De repente, haviam rostos em todas as paredes do lugar. O que poderia ser facilmente confundido com retratos, na verdade eram pessoas, ou algo parecia pessoas. Eles olhavam furiosamente para Vagner. 

Dando passos devagares ele sentou em cima da cama. Lentamente olhou em volta, e constatou rapidamente para qual dos rostos deveria concentrar seu olhar. Deveria ser o que se mostrasse mais furioso deles. Se Vagner errasse, ele estaria morto.

Na realidade, Vagner tinha outra opção além dessa. Ele poderia simplesmente ignorar os rostos e dormir. Mesmo sem a proteção ele ainda sobreviveria caso não olhasse ou se aproximasse muito dos "retratos". 

Mas Vagner havia se tornado um caçador. E ele sabia como derrotar a casa no seu próprio jogo.

Ele só precisava acertar o rosto.

Após alguns segundos de hesitação, ele finalmente lançou um olhar tão furioso quanto o que recebia para o que lhe encarava, que ficava em cima da mesa de jantar. Ele sentia que quanto mais tempo passava, mais perto da morte ele poderia estar chegando.

Ele poderia ter errado o rosto. Claro que podia. Todos os rostos o olhavam com ódio. 

E a cabana não se daria por vencido tão fácil também. Após algumas horas, os rostos das outras pessoas tomaram forma ao lado de Vagner. Todas estavam olhando tão perto que, se respirassem, ele poderia sentir.

Mas Vagner não poderia sequer desviar o olhar. Qualquer falha naquele momento causaria uma morte dolorosa e brutal.

E então ele ficou ali por horas. O sono, o desconforto e a pressão do lugar eram incalculáveis.

Quando as coisas estavam começando a piorar para Vagner, amanheceu.

O sol começou a atravessar lentamente as janelas do lugar. E quando atingiu o rosto o qual Vagner encarava, então ele descobriu que havia vencido o lugar.

O rosto se contorceu de dor e então sumiu numa nuvem de poeira. Num piscar de olhos, Vagner estava sentado em cima da grama. 

Vagner respirou fundo, ouviu o assobiar de algum pássaro que passava, e olhou para o céu azul que aparecia.

Mais uma vitória que representava quase nada. E ele estava exausto.

Ele levantou, fez um círculo de proteção e se escorou em uma árvore.

Após alguns minutos, ele dormiu profundamente.

Ao longe, a poeira recente que a cabana havia deixado era levada pelo ar, passando por árvores e animais, além de criaturas escondidas na floresta, que estavam apenas esperando.

Esperando um descuido para o incômodo caçador.

Um descuido que seria fatal.


Revisado por: Rogers

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2 comentários:

  1. Cara tá ficando loca d+++++ sua serie na moral, continua no seu ritmo que todas as partes estão ficando EXCELENTES!

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    1. Opa Heitor, muito obrigado cara! Eu ando preparando mais coisas pra essa série, então sim, ela irá continuar!
      Valeu!

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