Na cidade mineira de Barbacena, no ano de 1903, foi construído um manicômio, que tinha capacidade para abrigar 200 pacientes com problemas psiquiátricos. O local, conforme o tempo foi passando, começou a abrigar mais e mais pessoas.
Contudo muitos pacientes sem problemas mentais acabavam sendo internados. Pessoas de influência, como políticos, delegados e outros, começaram a determinar que gente sã fosse internada. Assim o local ficou superlotado, cheio de pessoas sem doença alguma, mas que acabavam ficando presas por ordens de outros.
Nos seus piores dias, o manicômio chegou a abrigar mais de 5 mil pessoas. Mulheres, homens e crianças viviam sem nenhum tipo de separação. Muitos não tinha roupas para vestir. Todos os dias, as 5 hora da manhã, todo mundo tinha que acordar, depois de passar a noite em um sala com centenas de pessoas e sem camas.
Até as 7 horas da noite, todos os pacientes ficavam, obrigatoriamente, no pátio exterior, passando fome e frio. Pela falta de roupas e inexistência de separação de sexo, o lugar era promíscuo, com pessoas transando no meio de todo mundo, outras fazendo suas necessidades pelo pátio e brigas até a morte eram comuns.
Como praticamente não existia alimentação, muitas pessoas comiam ratos, pombos e qualquer coisa que pudessem encontrar. Água de esgoto era bebida e calcula-se que, na pior época desse local, mais de 10 pessoas morriam todo dia, isso incluía crianças, homens, mulheres…
Os empregados, que cuidavam do local, abusavam dos pacientes, estuprando mulheres e mal tratando homens. Além disso, os trabalhadores lucravam com a morte. No registro do manicômio foram encontrados dados relativos a venda de quase 2 mil corpos para faculdades de medicina, totalizando um montante, que nos valores de hoje, ficaria perto dos 600 mil reais.
Mortes
Mais de 70% das pessoas que iam parar nesse manicômio não tinham nenhum problema mental. Elas eram, na verdade, enviadas por outros motivos e normalmente morriam lá dentro. Em alguns casos gays e negros eram jogados nesse local, por não se encaixarem na sociedade da época.
Pelos registros e dados recolhidos em entrevistas e investigações, acredita-se que mais de 60 mil pessoas tenham sido mortas entre 1903 e 1980 no manicômio de Barbacena. A esmagadora maioria era de “pacientes” que não eram doentes mentais.
Até hoje ninguém foi culpado ou está sendo investigado pelos gigantescos crimes feitos no local...
... Brasil ...








Esse sim é um país de todos.
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