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" Ele teria que abrir seu próprio abdômen para tirar seu intestino para fora (...) 
Ele não sabia se aquilo era humanamente possível''


Leonid Ivanovich Rogozov, médico, nascido em 1934 falecido em 2000. Ele participou da sexta Expedição Soviética-Antártica  em 1960. Mas, o que ele teria de tão especial?

Bem, temos que concordar que medicina é algo bem difícil, muitos candidatos a essa profissão não conseguem concluir  pois tem o ''estômago fraco'' . E se te contarmos que o estomago de Leonid é muito mais que forte?! Mas como assim? Nós te contamos.

Leonid, nada mais nada menos, foi quem realizou a mais impressionante cirurgia de apêndice de todas, em si mesmo! O filho de Leonid, Vlasdislav disse a BBC:

"Como cirurgião, ele não teve dificuldade em diagnosticar apendicite aguda (...) ele havia feito esse tipo de cirurgia muitas vezes no mundo civilizado, era uma operação de rotina"

Durante uma expedição á Antártica na década de 60, Leonid ficou muito doente, ele precisaria ser operado e como era o único médico da equipe, ele mesmo teria que realizar a cirurgia. Na época Leonid somente com 27 anos começava a perceber os primeiros sintomas da apendicite: Cansaço, fraqueza e náuseas após uma forte dor em seu abdômen.

Leonid se via sem opções de ajuda, já que sua viajem demorou 36 dias por mar e um voo seria impossível por causa da tempestade e neve. Ou ele esperaria pela ajuda que não chegaria ou ele operária a si próprio. Ele sabia que se seu apêndice estourasse a sua morte seria quase certa, enquanto ele pensava os sintomas só pioravam.

E para piorar, o comandante da base Russa teve que pedir permissão a Moscou antes da operação, pois se Leonid morresse, poderia gerar publicidade negativa para o progresso Soviético-Antártico. Mas Leonid decidiu que era melhor fazer sua cirurgia, que que morrer sem ter feito nada. O médico escreveu em seu diário:




"Não dormi a noite passada. Dói como o diabo! Uma tempestade de neve açoitando a minha alma, vivendo como 100 chacais (...) Ainda não há sintomas óbvios de uma perfuração iminente, mas um sentimento de maus preságios me oprime... É isso. Tenho de pensar detalhadamente sobre a única saída possível - operar a mim mesmo. É quase impossível, mas não posso  apenas dobrar meus braços e desistir".

A equipe de Leonid tinha 12 homens que teriam como missão construir uma base no oásis Schirnacher. A estação Nolazarevskaya já estava funcionando, então se instalaram para enfrentar o inverno.

Leonid arquitetou tudo com todo cuidado e seus companheiros ganharam papéis em sua operação. Ele escolheu dois assistentes para a instrumentação, segurar as lampadas e posicionar um espelho, ele queria usar o reflexo para realizar a façanha. O diretor da estação também estava presente caso alguém desmaiasse. Os assistentes foram instruídos a como injetar adrenalina caso Leonid começasse a perder a consciência e também a como fazer respiração artificial.

Foi feita anestesia local e após a incisão, todo o restante do procedimento foi feito sem analgésicos, pois ele precisava estar tão lúcido quanto possível. Leonid escreveu:

"Pobres dos meus assistentes! No último minuto, olhou para eles. Estavam ali em pé, vestindo roupas brancas cirúrgicas e rostos mais brancos do que as roupas (...) Eu também estava com medo, mas quando peguei a agulha com a novocaína e fiz a primeira injeção, de alguma forma entrei no "modo cirúrgico' e daquele ponto em diante eu não notei mais nada".



Após um tempo ele descartou o espelho, pois a imagem invertida o atrapalhava e sem luvas, seguiu o procedimento somente pelo tato. Quase no final ele teve medo de falhar:


"O sangramento é forte, mas vou devagar... Ao abrir o peritônio, feri a víscera e tive de costurá-la, (...) Estou cada vez mais fraco, minha cabeça começa a girar. A cada quatro ou cinco minutos eu descanso entre 20 e 25 minutos."


A operação levou 2 horas e Leonid só descansou após explicar aos seus assistentes como era feita a limpeza dos materiais e da sala. Levou 2 semanas para sua recuperação.
O resgate foi impedido de chegar pelo mal tempo  em 1962 e o médico se viu preso ao local de sua pior experiência.
Um pouco mais tarde conseguiram transporte aéreo, e um dos aviões quase caiu!

Leonid ganhou uma medalha, mas não quis publicidade e a mensagem que seu filho deixa é:

" Se você se depara com uma situação desesperadora, onde a sorte parece conspirar contra você, mesmo que esteja no ambiente mais hostil, não desista. Lute pela vida"


Escrito por: Camila Cruz
Referências: BBC e Mdig
Disponível em: Não Entre Aqui e Ler Pode Ser Assustador

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