Desperta o celular, e, em meio ao ruído seco do aparelho que recarrega na cabeceira da cama, Jorge acorda. Ele se levanta e vai a cozinha tomar café, mais uma segunda – feira normal. Quando abre a torneira para pegar água para ferver, um líquido viscoso, denso e avermelhado é liberado ao invés de água.

Jorge, acreditou que aquilo era obra de sua imaginação ou provavelmente mais uma alucinação causada pelas drogas que ingeria. Jogou o líquido fora, esfregou os olhos, abriu novamente a torneira e o mesmo líquido emergiu. Ele sente uma sensação estranha, seu corpo fica gélido por um instante. Porém, novamente pensou que aquilo era fruto de sua imaginação, Jorge, então, levou o copo à boca e o bebeu, o relógio na velha parede de madeira tiquetaqueando, a chuva torrencial, que cai do lado de fora, tudo fica lento.

Jorge ficou em choque, não conseguia acreditar naquilo, então, como que um turbilhão de imagens, ele se lembra do que aconteceu na noite anterior. Jorge se lembra que estava prestes a dormir quando ouve-se na porta: Toc -Toc. Forte e descompassado. Sua mulher tinha morrido há pouco mais de um ano, por conta de problemas no fígado, seus filhos já criados e com suas famílias, então quem poderia ser? 

Ele levanta e abre a porta do seu quarto, no corredor há um homem de roupas escuras, vestido com uma capa comprida sobre os ombros e portando um chapéu opaco. Esse homem apenas diz:

– Vá dormir!

Esse homem o segurou e o empurrou para cima da cama e então tapou – lhe a boca com suas ásperas e pesadas mãos. Ele ainda tentou inutilmente, uma fraca respiração. Mas, foi logo, pelo estranho, impedido de aspirar o ar da vida outra vez. Restou somente a ele, um suspiro final. Jorge lembrou-se de sentir por fim, a faca desse estranho homem rasgar lentamente seu pescoço.

Jorge lembrou-se da faca cortando todas as camadas de pele do seu pescoço, e depois cortando os músculos até que chegou a sua jugular.Jorge foi caminhando desajeitado até seu quarto para ver se seu corpo ainda estava lá, mas não estava. Nesse momento ele sentiu um nó na garganta. Então ele foi procurar em direção a caixa d’água e o medo aumentava.

Uma coisa passava em sua mente: se estava morto, como poderia ver a si mesmo, sentir sono e sede? Quando chegou em frente à caixa hesitou por um instante e a abriu. Ele viu seu próprio corpo flutuando sem cabeça no líquido avermelhado, que antes era somente água.

Então surge uma imagem! Uma criatura, um ser, olha fixo para o fantasma de Jorge, porém ao mesmo tempo sem vê-lo, pelo que parece estava olhando seu corpo decapitado. Era o seu assassino, ele sabia por conta da roupa manchada de sangue. Agora tudo era claro, o assassino não era um homem, mas sim um garoto de 15 anos. Jorge supôs que ele fosse o assassino em serie que assombra a cidade nos últimos dois anos.

Esse garoto batia com a descrição das testemunhas: rosto queimado e pálido onde agora só aparece o couro, um corte em cada bochecha parecendo que está sempre sorrindo e os olhos que nunca piscam.

Ele foi mais uma vítima do assassino que todos chamam de Jeff. Então o assassino diz:

– Esse não durou muito tempo, que pena. Queria me divertir mais um pouco.

Jorge queria para-lo, mas não podia. Então tentou segui-lo, mas pelo que parece, Jorge não conseguiu sair de sua casa. Quando Jeff saiu da casa de Jorge, a polícia estava do lado de fora preste a entrar na casa, pois a família estava querendo saber sobre o que havia acontecido com seu ente querido. Quando Jeff saiu, casa estava totalmente cercada por policiais e os que estavam em frente a casa o identificaram e conseguiram prender naquele momento. Após dois meses o Jeff foi a julgamento e pegou prisão perpetua em solitária.

Escrito por: Victor Coutinho
De: Ler Pode Ser Assustador

2 comentários:

  1. Muito bom... Adorei.. mais o jeff nunca para ele irá fugir um dia e continuar sua arte.

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  2. A história é muito boa, mas acho que todos esses policiais não seriam pareos para a força maligna que habita em Jeff

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