[Tenha a certeza de ter lido "Encontrar o Pai" antes de começar a ler este conto]
...antes desse dia, eu nunca tinha visto um Seeker cara a cara.
Nós sempre fomos uma sociedade desconfiada. Estamos sendo mais caçados que os próprios Portadores. Nenhum de nós se encontra pessoalmente. A maioria de nossas conversas acontece pelos cantos da internet. Não nos referimos por nomes, apenas: "Eles, ele, eu", etc. Não há datas, nem locais, nada. Embora desta forma seja difícil obter informações, as palavra ainda "caminham" por aí. Informações sobre alguns objetos sempre surgem e, até informações de pessoas que afirmam que o encontraram, ou sabem com quem está. Particularmente os objetos mais difíceis de se obter geram uma maior atenção.
Certa vez, alguém perguntou sobre "O Portador do Fim", mas ninguém afirmou saber algo. Parece que até agora o seu Objeto está seguro. Eu tinha começado minha procura, mas não em busca de um Portador e sim de um Seeker. Não que eu ache que ele seja especial mas, ele parece ser o mais fácil de se encontrar, e para ser honesta, algo me diz para que eu o encontre. Estou muito surpresa que ninguém o tenha procurado antes. Ouvi vários rumores sobre ele, até que descobri que ele não possuía nenhum objeto. Algumas fontes afirmaram que ele já teve vários, mas ninguém tinha certeza sobre isso. Seu nome era Clarence Betham. Ele era um jardineiro no fim dos anos cinquenta que depois desapareceu misteriosamente, foi visto pela última vez há vários anos.
O que eu encontrei em minhas pesquisas indicou que ele havia sido preso por homicídio e, em seguida, executado em pena de morte. No entanto, um homem chamado Roger Betham deu entrada em um hospital no mesmo ano, embora o pessoal do hospital negou repetidamente reivindicações de sua conexão com Clarence. Descobri então que Roger se transferia de hospital para hospital com frequência, de modo que ele não "enjoasse do cenário". A equipe assumiu que ele era muito rico para pagar todas as mudanças. No entanto, quanto mais ele se mudava, pior ficava a sua saúde. Os médicos viram que toda aquela movimentação estava fazendo mal a ele, mas ele continuou a se mudar, recusando-se a ficar em qualquer lugar por mais que alguns meses. Depois de algum tempo, eu descobri que um homem muito doente estava sendo transferido para um hospital de uma cidade bem próxima da que eu estava, não pensei duas vezes, fui até lá e o encontrei.
Entrei no hospital com o Martelo na mão, cheguei à recepção e pedi para visitar o Sr. Betham. Seu quarto era semelhante às salas acolchoadas que se vê na TV, no entanto, não havia almofadas, muito menos janelas. Apenas o concreto iluminado por uma lâmpada pendurada no centro da sala, a luz que ela emitia era muito fraca. Ele estava deitado na cama quando eu entrei sozinho, o pessoal não parecia estar preocupado com nossa segurança, pena que eles estavam errados. Me aproximei e sentei em sua cama ao seu lado, retirei o martelo para mostrar a ele, mas ele simplesmente disse que não seria necessário.
Entrei no hospital com o Martelo na mão, cheguei à recepção e pedi para visitar o Sr. Betham. Seu quarto era semelhante às salas acolchoadas que se vê na TV, no entanto, não havia almofadas, muito menos janelas. Apenas o concreto iluminado por uma lâmpada pendurada no centro da sala, a luz que ela emitia era muito fraca. Ele estava deitado na cama quando eu entrei sozinho, o pessoal não parecia estar preocupado com nossa segurança, pena que eles estavam errados. Me aproximei e sentei em sua cama ao seu lado, retirei o martelo para mostrar a ele, mas ele simplesmente disse que não seria necessário.
Ele explicou que já sabia que eu era um Seeker. Perguntei-lhe como, ele sorriu e disse: "Eu apenas sei". Eu disse a ele que precisava de informações, ele respondeu que eu não precisava disso, não ainda. Ele disse que não tinha o que eu precisava. Olhei para ele e disse que não estava procurando nada em particular. Ele me disse que vinha se escondendo por cinco anos e que não saberia quando iria parar. Ainda perguntei se ele estava se escondendo deles. Ele me disse que se estivesse, eles teriam o encontrado, assim como eu fiz.
Eu o olhei. Disse a ele que os Seekers eram apenas humanos. Ele sorriu, "não estou me escondendo de seres humanos". "Você está se referindo a "Ele""- perguntei. Ele riu. "Ele, eles, elas". Eu não sei por que nós os chamamos assim, todos eles têm nomes, embora não dizemos. Ele então me explicou que do que ele estava se escondendo não tinha nome. Perguntei-lhe o que era aquilo. Ele me disse: "Há coisas muito piores do que os Portadores neste mundo". Questionei sobre ele já ter tido algum objetos e, com um grande sorriso, ele me disse que poderia ter tido, mas não se lembrava mais.
Naquele momento eu me levantei, sabendo que não conseguiria mais nenhuma informação dele. Virei as costas e comecei a andar mas, antes que eu pudesse chegar até a porta, congelei com a frase que ele deixou escapar com a voz meio rouca: "eu conheci o seu pai".
Me virei, ele estava sorrindo. "Eu conversei algumas vezes com ele, antes de tudo ficar desta forma" - disse.
Me virei, ele estava sorrindo. "Eu conversei algumas vezes com ele, antes de tudo ficar desta forma" - disse.
"Se explique" - falei. Ele riu outra vez. "Seu pai não era apenas um Seeker, ele não estava apenas tentando os unir ou explorar seus poderes. Na verdade, ele tinha conseguido apenas quatro objetos, e dois deles deu a mim. Ele balançou a cabeça: "Não, ele percebeu qual era o verdadeiro motivo, não é apenas sobre os Portadores ou os objetos, é sobre... A verdade".
De repente, senti como se eu não pudesse me mover, nenhum dos meus músculos respondiam ao meu comando. O quarto começou a mudar, o teto foi tomado pela escuridão.
Ele olhou para cima enquanto dizia: "Eles caçavam o seu pai, assim como estão me caçando". Um líquido oleoso e escuro começou a escorrer pelas paredes enquanto a única luz na sala começou a tremer.
"Você vê? É como eu disse" - chegou mais perto de mim e ficou a menos de um metro de meu rosto, ele sorriu, um sorriso diferente dos outros, era enorme, eu pude ver seus dentes afiados - "Há coisas piores do que Os Portadores". Ele se lançou contra minha garganta, naquela fração de segundo, eu saquei o Martelo...
...Antes desse dia, eu nunca tinha matado alguém...
[A história continua em: "Mais mentiras"]
Parabéns, por ter conseguido postar 2 capítulos de 2 Creepys no mesmo dia, realmente ficou ótimo.
ResponderExcluirGostei muito, ótimo texto!
ResponderExcluirEstou lendo novamente a série, estou curtindo altos. Talvez me inspire a voltar a traduzir, reforçar meu ingrêis in bromeition kkk
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